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quinta-feira, 15 de março de 2018

De barco e de carro, MSF leva atendimento médico a locais remotos no Sudão do Sul

De barco e de carro, MSF leva atendimento médico a locais remotos no Sudão do Sul
Foto: Frederic Noy
Atravessando rios e longas distâncias, as clínicas móveis de MSF atendem moradores locais e deslocados internos em Akobo e vilarejos próximos
De barco e de carro, MSF leva atendimento médico a locais remotos no Sudão do Sul

Sudão do Sul
São 8 horas da manhã e o conglomerado de MSF em Akobo, Sudão do Sul, fervilha com tantas atividades. Em frente a barraca de logística, as equipes levam cuidadosamente mesas, cadeiras, tapetes, caixas sépticas, medicamentos e outros materiais para um veículo. Próximo deles, o coordenador do projeto bebe rapidamente seu café e murmura em um rádio empoeirado. Sem ainda abotoar seus coletes salva-vidas, uma equipe de técnicos em medicina, enfermeiras e profissionais de saúde da comunidade conversam sobre a estratégia do dia.

Quando o sol no Sudão do Sul ultrapassa as camadas de árvores em Akobo, o conglomerado já está calmo e a equipe móvel de MSF navega pelo rio Pibor. O destino deles? Uma aldeia remota sem outros serviços de saúde.

Desde dezembro de 2013, milhões de pessoas se deslocaram e continuam se deslocando como consequência do atual conflito no Sudão do Sul. Em Akobo, as pessoas que fogem das zonas de conflito próximas chegam quase que diariamente. Alguns de nossos pacientes nos contam como foram suas jornadas caminhando por vários dias e apenas durante a noite, quando o conflito cessa temporariamente.

Mulheres e crianças são grande parte da comunidade deslocada. Enquanto algumas conseguem se instalar com familiares ou amigos, outras não têm outra opção senão ficar na escola primária, onde há pouco acesso a comida e água. Muitas estão mentalmente traumatizadas depois de verem seus maridos, pais e irmãos mortos no meio de tanta insegurança.

Devido ao conflito e ao deslocamento, as necessidades médicas e humanitárias na região são enormes. É nesse contexto que MSF lançou o seu mais recente projeto no Sudão do Sul. Respondendo às necessidades da comunidade local e da população deslocada, MSF está agora operando com clínicas móveis que se deslocam em barcos e veículos para fornecer cuidados básicos de saúde nos locais que mais necessitam.



"Akobo e os vilarejos próximos são quase inteiramente excluídos do acesso a cuidados de saúde seguros e de qualidade", diz Raphael Veicht, coordenador de MSF no Sudão do Sul. "Como as instalações médicas na área foram abandonadas ou reutilizadas para outros fins, a população já altamente vulnerável não tem onde buscar tratamento básico", acrescenta.

A equipe médica que saiu de manhã cedo chegou a Kier depois de uma hora de viagem de barco. Como de costume, eles trazem seus equipamentos e os colocam sob a sombra das poucas árvores. Em poucos minutos, o lugar é transformado em uma clínica de saúde básica com uma área de espera e barracas improvisadas usadas como salas para realizar consultas. Os pacientes chegam, sentam silenciosamente nos tapetes e se preparam para ter seus sinais vitais checados, enquanto os assistentes de enfermagem preparam medicamentos prescritos. Após apenas duas horas e meia, cerca de 30 pacientes são atendidos.



"Nós geralmente atendemos entre 50 e 60 pacientes por dia", diz Tut Kuang Ler, técnico em medicina de MSF. "Hoje, seis pacientes foram diagnosticados com malária, cinco crianças pequenas com diarreia e atendemos um caso de infecção por fungos."

Agora, com clínicas móveis atendendo em sete locais diferentes nos municípios de Akobo e Ulang, as equipes médicas de MSF tratam mais de 2 mil pacientes por mês. Enquanto isso, MSF começou a construir uma estrutura mais permanente em Kier: um centro de saúde primária que poderá oferecer cuidados mais avançados. Mas, por enquanto, as equipes permanecem móveis.

Às 2:30 da tarde, o último dos pacientes foi atendido. Tut Kuang Ler faz uma pausa e checa ao redor, procurando por pacientes atrasados. Nenhum. "Hora de empacotar tudo e voltar para Akobo", diz ele.

Por MSF

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